Com aumento no número de casos, Tocantins enfrenta epidemia de sífilis e HIV
11 de agosto de 2019

São 2.9 mil casos apenas em Araguaína, Palmas, Gurupi, Paraíso do Tocantins e Porto Nacional. Em cinco meses, estado também registrou 438 casos de sífilis.

Quantidade de casos de doenças sexualmente transmissíveis preocupa no Tocantins

Jovem descobriu o HIV há cinco anos — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O número de pessoas diagnosticadas com doenças sexualmente transmissíveis cresce no Tocantins a cada ano. Os dados apontam 2.999 casos confirmados de HIV em apenas cinco cidades tocantinenses. Além disso, a porcentagem de pessoas detectadas com sífilis em Palmas é duas vezes maior que a média nacional. A situação é tão grave, que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) fala em epidemia das duas doenças no estado.

O número de pessoas soro positivo no Tocantins, pode ser ainda maior, pois os dados colhidos pela Secretaria de Saúde se limitam aos pacientes em tratamento. São 1.308 casos em Araguaína e 1.238 em Palmas. Outras 247 pessoas em Gurupi, 131 em Paraíso e 75 em Porto Nacional, também vivem com HIV.

“Quando eu descobri, assim, pra mim foi um choque porque eu não sabia como lidar com a doença, né. Eu imaginava que eu já ia morrer porque antigamente não tinha tratamento igual tem hoje. Então para mim era uma face da morte”, comentou uma tocantinense, diagnosticada com HIV há cinco anos.

O Tocantins também registrou mais de 1,5 mil casos de sífilis em 2018. De janeiro a maio deste ano, foram registrados 438 novos casos de sífilis. A média nacional do país prevê 58 casos da doença para cada 100 mil habitantes. No estado, esse índice sobe para 70 casos.

Em Palmas o levantamento aponta 135 diagnósticos para cada cem mil pessoas. A maioria dos casos é confirmada em jovens.

“As pessoas tendem a não buscar o serviço de saúde, não buscar a Unidade Básica de Saúde para fazer o diagnóstico. Têm medo do diagnóstico e acabam tendo uma bactéria ou um vírus. No caso do HIV, não diagnosticado, acaba transmitindo a doença para outras pessoas”, comentou Marileide Martins, técnica na área de assistência da SES.

O infectologista Rafael Nogueira explica que falta conscientização para a gravidade dessas doenças sexualmente transmissíveis (DST). “Essa faixa etária que tem sido mais acometida, que são os jovens na faixa etária dos 15 e 24 anos. São pessoas que talvez não tenham informação. A informação não tem chegado nelas em uma forma que possam consumir e se prevenir”, disse.

A DST é um problema de saúde pública e pode ser prevenida com o uso de camisinha, vacinação em dia, além de manter uma boa higiene pessoal. É importante evitar contato com equipamentos que não são descartáveis em consultórios médicos, barbearia e salões de manicure.

“Use o preservativo e busque a unidade de saúde para fazer a testagem porque é muito bom a gente se testar para saber como é que está a saúde. Porque as vezes a pessoa tem o vírus e não sabe. quando vai descobrir as vezes é tarde demais”, comentou uma jovem diagnosticada com HIV.

Fonte: G1