Áudio de aliado de Cunha mostra oferta de propina para evitar delação
13 de julho de 2016

No diálogo, Alexandre Margotto pede dinheiro para não citar o nome de Funaro em depoimento

Um áudio anexado ao processo da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal) mostra um esquema por trás das delações premiadas na estrutura de corrupção da Petrobras. Alexandre Margotto, ex-sócio do corretor de valores Lúcio Funaro, acusado de ser operador do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pede, no diálogo, dinheiro para não citar o nome de Funaro em depoimento.

Segundo apurou a Folha de S. Paulo, na conversa, Margotto diz: “Eu quero estar do lado do Lúcio e que ele não me desampare financeiramente nem juridicamente. Mas eu já quero cem pau agora, R$ 100 mil”. O diálogo revela outro caso de negociação para evitar delação. O de maior notoriedade até agora ocorreu em novembro, quando o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) foi preso após ser gravado oferecendo dinheiro para impedir a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

A defesa de Funaro disse ao STF que o áudio mostra tentativa de Margotto chantagear seu cliente. Alexandre Funaro teve prisão preventiva anunciada no dia 1º, sob acusação de ser operador de Cunha em um esquema de corrupção na Caixa Econômica. Os desvios foram denunciados na delação do ex-vice da Caixa Fábio Cleto e resultou na Operação Sépsis da Polícia Federal. Margotto foi sócio de Cleto.

eduardo cunha

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