Profecia de religiosa aponta dom Orani como futuro papa
29 de abril de 2025
Dom Orani nunca cogitou a possibilidade de ser escolhido no conclave, mas religiosa fez essa previsãoPEDRO TEIXEIRA/ AGENCIA O DIA

Dom Orani nunca cogitou a possibilidade de ser escolhido no conclave, mas religiosa fez essa previsão
PEDRO TEIXEIRA/ AGENCIA O DIA

Arcebispo do Rio de Janeiro está apto a votar e ser votado no conclave

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Filho caçula de uma família de nove irmãos em São José do Rio Pardo (SP), Orani resistiu inicialmente ao chamado religioso, preocupado com a necessidade de ajudar seus pais, que tinham poucos recursos. No entanto, sua trajetória mudou graças à intervenção da professora e religiosa Maria de Lourdes Benedita Nogueira Fontão, conhecida como Lourdinha.

Foi ela quem incentivou Orani e prometeu apoiar seus pais. Desde o começo, antes mesmo de sua ordenação, Lourdinha dizia que aquele “menino” se tornaria bispo e papa. Atualmente, dom Orani é cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, com direito a votar e ser votado no próximo conclave.

Amigos próximos afirmaram à Agência Brasil que ele nunca buscou o papado, mas sempre se orgulhou de suas raízes e manteve uma forte ligação com a família de Lourdinha, mãe de cinco filhos.

Laços que perduraram

Maria de Lourdes Fontão, filha de Lourdinha e professora, recorda: “Orani queria estudar para ser padre, mas hesitava por causa dos pais idosos. Minha mãe disse: ‘vá, eu prometo cuidar deles e levar a comunhão todos os dias’.”

O vínculo com sua cidade natal e com a família de Lourdinha sempre esteve presente na vida de dom Orani, destaca Paulo Celso Fontão, médico e filho da religiosa. Ele é autor do livro “Um coração para amar”, que narra a trajetória de sua mãe, atualmente em processo de beatificação.

Lourdinha morreu aos 57 anos em um acidente de carro em julho de 1988, na estrada de Mariápolis (SP). Seu marido, o dentista Héber, sobreviveu à colisão.

Uma amizade que resiste ao tempo

Dom Orani guarda viva a memória da mulher que apoiava monges, paróquias e os mais necessitados. “Minha mãe fazia visitas e levava ajuda a pessoas humildes e doentes. Entre elas estavam os pais de Orani”, lembra Paulo.

Ele também conta que, ao ser ordenado sacerdote em 1974, Orani convidou Lourdinha para ser sua madrinha de ordenação, reforçando a profecia feita anos antes de que ele seria bispo e, futuramente, papa.

A história da amizade ficou conhecida em toda a região, gerando expectativa a cada novo passo de dom Orani: a ordenação como bispo em 1997, arcebispo de Belém em 2004, arcebispo do Rio em 2009 e sua elevação a cardeal em 2014.

A família acredita que a proximidade com Orani impulsionou a abertura do processo de beatificação de Lourdinha. “Ele sempre demonstrou ser estudioso, equilibrado, sereno e de grande espiritualidade”, afirmam.

Dom Orani, “irmãozão” de sempre

Maria de Lourdes, filha da religiosa, reforça: “Orani é um irmãozão. Sempre esteve presente nas nossas batalhas. Ele celebrou meu casamento e batizou meus três filhos.”

Mesmo com o avanço da carreira religiosa, a amizade permaneceu firme. Quando dom Orani foi nomeado cardeal, a família de Lourdinha viajou a Roma para acompanhar a cerimônia. “Havia pessoas de várias religiões. Ele preza muito pela união entre as fés”, diz Maria de Lourdes.

A influência de Lourdinha

Paulo Fontão afirma que a missão de sua mãe influenciou também sua carreira médica, voltada ao atendimento de populações vulneráveis. “Sempre vi meu trabalho iluminado pela fé”, conta.

Estudioso do pensamento do papa Francisco, Paulo integrou em seu mestrado e doutorado o diálogo entre saúde e espiritualidade. “Francisco fala das periferias existenciais e geográficas. Precisamos nos deixar tocar por essa realidade”, destaca.

Legado que permanece

No mosteiro onde dom Orani iniciou sua vida religiosa, o atual abade dom Paulo Demartini, de 60 anos, também guarda gratidão a Lourdinha. “Devo minha vocação a ela. Foi quem levou Orani para rezar missas no sítio do meu pai”, relembra.

Demartini recorda que Lourdinha usava seu salário de aposentada para ajudar os pobres e encomendava doces feitos por sua mãe para doações.

Dom Orani foi um exemplo constante no mosteiro, especialmente pela humildade e pela capacidade de escuta. “Até o conclave, com certeza continuaremos em contato. Depois, ele precisará se isolar para participar da eleição do novo papa”, finaliza.

Fonte: O Dia

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