A Paróquia Nossa Senhora das Graças, localizada no bairro Ecologia em Seropédica, celebrou neste domingo (29) com grande fé e participação da comunidade, a Solenidade em louvor a São Pedro e São Paulo, dois dos maiores pilares do Cristianismo. A celebração foi presidida pelo pároco Padre Paulo Sérgio, que conduziu uma reflexão profunda sobre o legado espiritual, pastoral e missionário desses dois grandes apóstolos, mártires em Roma e fundadores da Igreja.
A Festa de São Pedro e São Paulo, celebrada tradicionalmente no dia 29 de junho ou no domingo mais próximo, é uma das solenidades mais antigas da Igreja e tem raízes no reconhecimento do martírio dos dois apóstolos na capital do Império Romano. A liturgia dessa data convida os fiéis a refletirem sobre a fidelidade inabalável desses homens ao projeto de salvação de Deus e sua entrega total à missão de anunciar o Evangelho.
Durante a homilia, Padre Paulo destacou a importância da resposta de Pedro à pergunta de Jesus: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo. A partir dessa confissão de fé, Pedro recebeu de Cristo a missão de ser a “rocha” sobre a qual seria edificada a Igreja: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. A esse respeito, o sacerdote explicou: “Pedro foi chamado a dar firmeza aos irmãos, a sustentar a comunidade na fé. Ele recebeu a chave, não como um símbolo de ‘porteiro do céu’, mas como expressão da responsabilidade pastoral confiada por Jesus”.
Essa autoridade espiritual e administrativa de Pedro, segundo o padre, manifesta-se desde os primeiros tempos da Igreja, como narra a primeira leitura da celebração, tirada dos Atos dos Apóstolos (At 12,1-11). Nesse trecho, Pedro é milagrosamente libertado da prisão por um anjo do Senhor, provando que a promessa de Jesus permanecia viva: nem mesmo o poder do mal poderia impedir o crescimento da Igreja.
“Pedro não morreu naquele momento, porque a Igreja ainda estava nascendo e precisava da sua liderança. Assim também foi com São João Paulo II, que sobreviveu a um atentado porque ainda havia uma missão a cumprir”, comentou Padre Paulo, traçando paralelos entre a proteção divina a Pedro e os sinais do cuidado de Deus ao longo da história da Igreja.
Ao lado de Pedro, também foi celebrada a vida e a missão de São Paulo, o apóstolo dos gentios, grande evangelizador e teólogo, responsável por expandir o cristianismo a territórios distantes. Em sua homilia, Padre Paulo lembrou que Paulo representa o carisma missionário da Igreja: “Ele viajou pelo mundo, pregando, fundando comunidades, e nos deixou uma herança teológica fundamental por meio de suas cartas. São 14 epístolas no Novo Testamento atribuídas a Paulo”.
Uma dessas epístolas – a Segunda Carta a Timóteo – é especialmente tocante e foi lida na liturgia do dia. Nela, Paulo, já próximo de seu martírio, afirma: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Esse testemunho de fidelidade até o fim resume a essência de sua missão e inspira gerações de cristãos até hoje.
O pároco ressaltou ainda que Pedro e Paulo representam duas dimensões complementares do apostolado na Igreja: Pedro, o alicerce institucional; Paulo, o impulso missionário e teológico. “Eles eram muito diferentes entre si, mas se completavam. São chamados de colunas da Igreja porque foram fundamentais para que estivéssemos aqui hoje, professando a mesma fé em Jesus Cristo”, enfatizou.
Padre Paulo concluiu lembrando que todos os fiéis, independentemente de sua função na comunidade, são chamados a colaborar com a missão da Igreja: “O padre sozinho não pode fazer nada. Eu preciso de vocês. O bispo também precisa dos padres. Todos somos importantes. Cada um deve descobrir seu carisma e colocá-lo a serviço do Reino de Deus”.
A solenidade terminou com os fiéis emocionados, conscientes de que o exemplo de São Pedro e São Paulo permanece vivo e atual, impulsionando a Igreja a seguir firme na missão de anunciar o Evangelho com coragem, fé e dedicação.
“Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.”
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