No próximo dia 13 de março, o Município de Seropédica celebra uma data histórica: os 31 anos do segundo plebiscito que consolidou sua emancipação, realizado em 13 de março de 1994. O evento é reconhecido como feriado municipal, conforme a Lei Municipal nº 207, de 26 de fevereiro de 2003.
Uma Jornada pela Emancipação
A luta pela independência político-administrativa de Seropédica foi intensa, mas relativamente curta quando comparada a outros municípios que levaram décadas para alcançar esse objetivo. Enquanto Itatiaia, por exemplo, levou cerca de 40 anos para se separar de Resende, Seropédica teve seu processo entre 1986 e 1995.
Os governantes do município de origem, Itaguaí, tentaram impedir a separação, uma atitude compreensível, pois é natural que prefeitos busquem manter a integridade territorial de suas cidades. No entanto, a população de Seropédica, bem-informada sobre seus direitos, persistiu na busca pela autonomia, sabendo que o processo dependia das autoridades estaduais e da legislação vigente.
O Primeiro Plebiscito e a Necessidade de um Novo Processo
A primeira oportunidade de emancipação surgiu em 25 de novembro de 1990, quando foi realizado o primeiro plebiscito. Apesar do apoio de aproximadamente 90% dos eleitores que compareceram às urnas, a votação não atingiu o quórum necessário de 50% + 1 dos eleitores cadastrados. Faltaram cerca de 900 votos para validar o resultado.
Diante da derrota inicial, iniciou-se um novo processo, que foi protocolado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) em 1991, liderado por Zealdo Amaral. A organização da campanha foi reforçada, corrigindo falhas do primeiro plebiscito. Entidades como a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), sindicatos, comerciantes e líderes religiosos se uniram em apoio à causa.
O Segundo Plebiscito e a Conquista da Emancipação
O plebiscito foi antecipado para 13 de março de 1994, surpreendendo a administração municipal de Itaguaí, que ainda estava no início de um novo governo. Em resposta, foram feitas diversas tentativas de desmotivar a participação popular, como campanhas de desinformação, intimidação de servidores públicos e a veiculação do slogan “Quem ama, não vota”.
Mesmo diante das adversidades, a população resistiu e garantiu um comparecimento suficiente para validar o plebiscito. Entretanto, houve tentativas de manipulação na apuração dos votos, incluindo a presença de eleitores falecidos nas listas. Um recurso foi apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que reconheceu as irregularidades e validou o pleito.
Finalmente, em 12 de outubro de 1995, o Governador do Estado do Rio de Janeiro sancionou a Lei nº 2.446, oficializando a criação do Município de Seropédica, desmembrado de Itaguaí.
O Legado da Emancipação
A emancipação de Seropédica foi uma vitória do povo, fruto de anos de dedicação e mobilização popular. Hoje, 30 anos após o segundo plebiscito, a cidade segue trilhando seu caminho com identidade própria e avanços na gestão pública. O feriado municipal de 13 de março não é apenas um dia de descanso, mas um momento para lembrar e valorizar a história de luta que permitiu a criação de um município independente.
Seropédica, 30 anos de história, crescimento e autonomia!
Abaixo foto Histórica dos Lideres da Emancipação
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