Novembro Azul: preconceito faz mal à saúde
13 de novembro de 2019

Falta de informação afasta pacientes do consultório médico e atrapalha diagnóstico precoce do câncer de próstata

Apesar da igualdade de gênero ser pauta recorrente em diversos debates, sabemos que o machismo ainda perdura em alguns pensamentos e, além dos malefícios sociais, muitas vezes essa falta de conhecimento pode afetar a saúde masculina.

É fácil perceber que homens vão menos ao médico do que mulheres, e quando vão costumam estar acompanhados da mãe, irmã ou esposa. Levantamento feito pela Doctoralia, maior plataforma de agendamento de consultas do mundo, apontou que eles representam apenas 24% dos acessos a sua página, enquanto elas são responsáveis pelos outros 76% (120 milhões de cliques), comprovando a discrepância existente quando o assunto é prevenção.

Como sabemos, uma rotina preventiva com exames periódicos, seguindo orientações com base no histórico pessoal e familiar de cada um, é essencial para evitar surpresas desagradáveis. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) estima que em 2019 sejam diagnosticados 69 mil novos casos da doença no Brasil, desses, 90% têm cura se descobertos em fase inicial. “Geralmente os homens procuram o médico quando há algum incômodo persistente, não existe uma cultura de consultas rotineiras”, afirma o Dr. Flávio Iizuka, urologista membro da plataforma Doctoralia.

Uma vez que o câncer de próstata é assintomático no início, se atentar à rotina de exames preventivos é essencial. “Quando há histórico familiar da doença, é necessário realizar a análise sanguínea para medir os níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico – proteína que pode indicar a presença do tumor ou alguma outra alteração na próstata) junto ao exame de toque, anualmente, a partir dos 45 anos de idade”. Para homens negros, mesmo sem hereditariedade, a regra é a mesma, “não se sabe ao certo o porquê, mas a incidência da doença dentro desse grupo é em média três vezes maior”, pontua o médico. Os demais devem iniciar esse check up a partir dos 50 anos.

Além disso, o sexo masculino precisa cuidar melhor da saúde como um todo. “Se atentar à alimentação, com dietas saudáveis e balanceadas, não pode ser exclusividade da parceira, das irmãs ou amigas. Os homens também se beneficiam e muito desses hábitos saudáveis, que são de suma importância para prevenir o aparecimento de tumores e outras doenças”, finaliza o Dr. Iizuka.