Internados por outras doenças, pacientes pegaram covid em hospital
3 de janeiro de 2021

Médicos explicam que em qualquer lugar onde haja aglomeração pode haver contaminação pelo coronavírus, incluindo hospitais e postos de saúde

Médico infectologista da Fiocruz, Rivaldo Venâncio fala que qualquer lugar que tenha o maior número de pessoas é possível que haja a contaminação de algum vírus respiratório se entre aquelas pessoas que estão, sejam profissionais da saúde ou não, alguém estiver infectado.

“Uma unidade de pronto atendimento, dependendo do movimento do plantão, tem aglomeração e mesmo sabendo dos cuidados, de se manter a distância dentro das unidades, não é incomum que as pessoas que vão por um motivo acabem se infectando”, diz Rivaldo.

Da dengue para a covid – O técnico em informática e motorista de aplicativo Éliton Norberto Viana da Silva, de 39 anos, acredita que se infectou  com coronavírus depois de ir sucessivamente à unidade de saúde para tratar da dengue. Felizmente, neste caso, ele resistiu aos 19 dias de CTI e está aqui para dar o próprio depoimento.

“Primeiramente peguei dengue, tinha que ir no posto para ver as plaquetas. Nessa ida e volta, acabei contaminando com a covid, o que agravou a minha situação é que pra ajudar eu tenho a tal da diabetes”, relembra.

A dengue começou a se manifestar no dia 1º de agosto e Éliton passou a acompanhar em dois postos de saúde. Na Upa da Vila Carvalho, recebeu o primeiro atendimento e seguia para o Vila Almeida para fazer os exames e trazer de volta para a médica.

“Olha, tinha tanta gente na UPA, era isolado as pessoas que estavam com sintomas ficavam num cercadinho e aguardavam médico lá, tinha distanciamento, mas o local era o mesmo”, explica.

Motorista de Uber, Éliton hoje conta sua história aos passageiros. (Foto: Marta Ferreira)
Uma semana em casa lidando com os sintomas da dengue, começaram a covid. “Eu tomava soro, vinha melhorando da dengue, mas ao mesmo tempo piorando. Aí fui fazer o teste para covid e deu positivo. Levei para médica e na hora mediram saturação no posto e já me internaram no Regional, de lá fui transferido para o Proncor”, relata.

Foram 19 dias de CTI até Éliton se recuperar. “Eu falo pro pessoal do Uber, só vai no hospital em último caso, porque a pessoa vai com uma pessoa e pega outras”, acredita.

A alta aconteceu no dia 26 de agosto. Da dengue, ele conta não sentir mais nada, no entanto, a covid deixou sintomas que até hoje lhe cobram.

“Se eu faço muito esforço de alguma forma, eu sinto. Fiquei melhor cinco dias após sair do hospital, porque lá fiquei muito perturbado com as coisas que via, ouvia e com muito medo de morrer. É triste e muitos ainda não se cuidam”, deixa a lição.

Em tempo, Éliton agradece aos profissionais de saúde e aos familiares e amigos por todas as orações feitas pela sua recuperação. –

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Selfie que Éliton fez quando estava internado no Hospital Regional com oxigênio. (Foto: Arquivo Pessoal)

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