Conheça as doenças do sono e saiba como tratá-las
21 de novembro de 2019

Nossos pais e avós dormiam melhor do que dormimos hoje? Tudo indica que sim, já que dados da Associação Brasileira do Sono demonstram que 60% dos brasileiros dormem menos de 7 horas por noite.

De acordo com a pesquisa “Episono São Paulo”, realizada pela pesquisadora Monica Levy na cidade de São Paulo, uma em cada três pessoas têm apneia obstrutiva do sono, condição caracterizada quando a respiração para e volta diversas vezes durante o sono.

Já um outro estudo realizado pelo Datafolha com o Instituto do Sono mostrou que 23% da população no estado de São Paulo se queixa de sono insuficiente. O Detran também contribui com dados sobre o tema e indica que 20% dos acidentes de trânsito estão associados a indivíduos sonolentos.

Mas o que explica essa piora na qualidade do sono na geração Z – pessoas nascidas entre os anos 1990 e o início dos anos 2010? Alguns especialistas no assunto, como a própria Monica Levy, apontam alguns palpites.

De acordo com os pesquisadores, essa geração foi diretamente atingida pela quarta e última grande onda causadora da privação do sono na sociedade moderna: a criação da web e a popularização da internet, que aconteceu a partir de 1995.

Antes dela, outros grandes acontecimentos influenciaram o sono de gerações pregressas: a Revolução Industrial, com a adição de mais um turno de trabalho, o surgimento da luz elétrica, em 1879, e a televisão, na década de 1920.

Entretanto, além da internet, a geração Z também tem sido destaque em relação ao maior consumo de substâncias para inibir ou retardar o sono. É comum entre os jovens o consumo de bebidas energéticas e de bebidas alcoólicas.

Como, juntas, elas interferem na privação do sono? As bebidas energéticas têm poucas substâncias estimulantes, como a taurina e a cafeína, mas o efeito delas é potencializado pela ação do álcool das bebidas destiladas com as quais são misturadas.

Talvez você não saiba, mas o álcool tem ainda um outro papel determinante nessa equação: ele priva a execução dos sonhos. Por noite, num sono normal, sonhamos aproximadamente 90 minutos. Eles são importantes porque proporcionam o bem-estar físico e psicológico.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 45% da população mundial sofre com algum tipo de distúrbio do sono. Vamos descobrir um pouco mais sobre cinco deles e como tratá-los:

Insônia – A insônia é um dos distúrbios do sono mais comuns. A condição pode aparecer caracterizado como uma dificuldade de iniciar o sono, de manter o sono e ainda naquela sensação de cansaço durante o dia, depois de uma noite mal dormida.

A insônia pode surgir solitária ou associada a alguma outra doença, como a depressão, alterações hormonais ou doenças neurológicas. Pode, ainda, ser provocada por substâncias como remédios, álcool, tabaco, diuréticos e alguns tipos de antidepressivos.

A insônia é considerada crônica quando as dificuldades para dormir ocorrem em pelo menos três noites da semana durante três meses. Por conta das suas inúmeras causas, é importante ir ao médico para um diagnóstico correto. Uma vez que a insônia como consequência de alguma doença é descartada, você pode investir em hábitos saudáveis para o sono, como evitar luzes de televisores e celulares perto do seu horário de dormir.

Apneia do sono – Como já foi citado no início desse texto, a apneia do sono é um distúrbio que ocorre quando a respiração é interrompida durante o sono, diversas vezes, por no mínimo 10 segundos. A condição impede que o corpo descanse e causa sintomas como sonolência, dores de cabeça, ronco, irritabilidade e outros.

Obesidade e deformidade facial são as principais causas da apneia, que pode ainda ser leve, moderada ou severa. Se não tratadas, as crises podem aumentar chances de AVC (Acidente Vascular Cerebral), infarto e problemas como hipertensão arterial.

O tratamento pode ser realizado por meio de aparelhos que ajudam a manter o nível de oxigenação estável durante a noite. Em casos leves, o uso de um dispositivo ortodôntico, que ajuda a manter a faringe aberta, pode funcionar. Mas, além disso, perder peso e melhorar os hábitos alimentares também são ações necessárias.

Sonambulismo – O sonambulismo é um distúrbio que provoca uma parassonia – alteração do padrão do sono devido a ativação de áreas do cérebro em momentos inapropriados. A pessoa caminha, conversa e faz outras atividades motoras enquanto dorme.

Em geral, o sonambulismo não é tratado porque os episódios tendem a diminuir a partir da adolescência. No entanto, em alguns casos, são receitados ansiolíticos para regularizar o sono.

Síndrome das pernas inquietas – A síndrome das pernas inquietas está associada à necessidade de movimentar as pernas durante o repouso ou na hora de dormir. Sua causa é genética, mas pode piorar em momentos de estresse ou consumo de estimulantes como cafeína ou álcool. A condição atrapalha o sono e pode provocar sonolência e fadiga.

Para a melhora do quadro, é necessário evitar o uso de substâncias como álcool, fumo e cafeína. É importante praticar exercícios físicos e evitar a privação de sono, já que o cansaço piora o quadro.

Bruxismo – O bruxismo é um distúrbio caracterizado pelo ato inconsciente de ranger e apertar os dentes, o que causa alterações dentárias, dores de cabeça e na mandíbula.

Para o tratamento, o dentista pode indicar um dispositivo encaixado sobre os dentes para evitar o desgaste, correções de alterações dentárias, além de métodos de relaxamento e fisioterapia.

Fonte: Redação Bonde com Assessoria de Imprensa