‘A situação no Rio é muito preocupante’, alerta Soranz sobre a poliomielite
17 de outubro de 2022

Papais e mamães vacinem seus filhos para evitar que eles fiquem paralíticos, e tenham uma vida inteira em cadeira de rodas. “Quem Ama Vacina”.

Sintomas

poliomielite é uma doença infecto-contagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado Poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de quatro anos, também pode ocorrer em adultos. O período de incubação da doença varia de dois a trinta dias sendo, em geral, de sete a doze dias. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe – febre e dor de garganta – ou infecções gastrintestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarréia. Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido.

Transmissão

Uma pessoa pode transmitir diretamente para a outra. A transmissão do vírus da poliomielite se dá através da boca, com material contaminado com fezes (contato fecal-oral), o que é crítico quando as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. Crianças mais novas, que ainda não adquiriram completamente hábitos de higiene, correm maior risco de contrair a doença. O Poliovírus também pode ser disseminado por contaminação da água e de alimentos por fezes. A doença também pode ser transmitida pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar. O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso, dependendo da pessoa infectada. Desenvolvendo ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, que pode ser adquirido por outras pessoas por via oral. A transmissão ocorre com mais frequência a partir de indivíduos sem sintomas.

Prevenção

poliomielite não tem tratamento específico. A doença deve ser evitada tanto através da vacinação contra poliomielite como de medidas preventivas contra doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos. As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. Logo, programas de saneamento básico são essenciais para a prevenção da doença. No Brasil, a vacina é dada rotineiramente nos postos da rede municipal de saúde e durante as campanhas nacionais de vacinação

A imunização contra a poliomielite deve ser iniciada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 5 anos de idade.

VIP (vacina inativada injetável) – É aplicada na rotina de vacinação infantil, aos 2, 4 e 6 meses, com reforços entre 15 e 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade. Na rede pública as doses, a partir de um ano de idade, são feitas com VOP.

VOP (vacina atenuada oral) – Na rotina de vacinação infantil nas Unidades Básicas de Saúde, é aplicada nas doses de reforço dos 15 meses e dos 4 anos de idade e em campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.

Município iniciou, nesta terça-feira, Dia Nacional da Vacinação, reforço da busca ativa de crianças não imunizadas. Cobertura vacinal da cidade é de 51%

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, afirmou que vê com preocupação a baixa adesão à campanha de vacinação contra a poliomielite na cidade. Nesta segunda-feira (17), Dia Nacional da Vacinação, ele acompanhou o início do reforço da busca ativa de crianças não imunizadas, no Centro Municipal de Saúde Píndaro Carvalho Rodrigues, na Gávea, Zona Sul. A medida espera aumentar a cobertura vacinal, que atualmente está em 51%, com 161 mil pessoas do público-alvo contempladas. 

“A situação no Rio é muito preocupante, são 160 mil crianças desprotegidas contra uma doença que já havia sido erradicada, que é a poliomielite. A reintrodução desse vírus no Brasil pode ser algo terrível. A pólio é uma doença que pode causar uma paralisia flácida que não tem cura, é uma situação permanente e muito grave, e a gente não pode deixar que isso aconteça (…) É uma situação que inspira muita preocupação de todas as autoridades de saúde pública, a gente não consegue entender como a gente chegou nesse momento no Brasil”, declarou o secretário. 

No Brasil, a poliomielite – que tem a cobertura vacinal mais crítica na capital fluminese – foi erradicada há mais de 30 anos. De acordo com o Observatório Epidemiológico da Cidade do Rio de Janeiro, as vacinas da BCG, Rotavírus, Febre Amarela, Hepatite A, Meningo C, Pneumo 10, Poliomielite, Tetra/Pentavalente, Tríplice Viral e Varicela ainda não atingiram a meta esperada. Para o secretário, a baixa adesão é justificada pelo crescimento de movimentos anti-vacina.
 
“Atribuo a uma onda negacionista horrorosa, que a gente nunca imaginou ver. É incrível a gente ter falas do próprio Ministério da Saúde anti-vacina. O risco iminente à nossa população da reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas, o número de casos de sarampo crescendo no Brasil a cada dia. Agora com a varíola, com a Monkeypox, também é outra preocupação. O Brasil precisa procurar vacinar suas pessoas. É óbvio que esse movimento anti-vacina deflagrado é um dos motivos para a gente viver a situação que a gente está vivendo hoje”.
 
“(A vacinação) é muito importante, porque as consequências que (as doenças) podem trazer, a paralisia é uma coisa muito séria e a covid está aqui ainda, a gente tem que se precaver. Ela é a coisa mais importante da minha vida e eu tenho que pensar nela, não posso ser irresponsável. Eu acho que é uma irresponsabilidade a gente não trazer as nossas crianças para vacinar. Eu sou muito responsável com a minha filha, que é o meu tesouro. Eu tento sempre acompanhar tudo muito bem, ela está em dia com tudo”, contou Alexandra. 
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