A beleza da mulher brasileira: importância e aceitação para cada tipo de corpo
30 de setembro de 2022

Será que existe um padrão de beleza feminino em um país tão miscigenado como o Brasil? Veja a seguir um pouco sobre essa percepção

Desde que somos crianças aprendemos na escola que o Brasil de hoje é fruto de uma mistura de diversas etnias.

Inicialmente, nossa população consistia em indígenas, com características bem marcantes. No século XV, chegaram os portugueses e espanhóis, que logo em seguida trouxeram os africanos.

Com o passar dos anos, chegaram imigrantes de todos os cantos do mundo, incluindo os árabes e os japoneses.

Considerando este histórico, é fácil de se deduzir que as características físicas dos brasileiros são bem diversas, já que houve tanta miscigenação.

Todo esse histórico trouxe à tona a ideia de que a mulher brasileira é uma das mais belas do mundo, sendo até alvo de canções, como a famosa “Garota de Ipanema” do Tom Jobim, além de muitas outras.

Entretanto, apesar disso, não há como pensar em um único padrão de beleza. Infelizmente, ainda nos dias de hoje há pouca representatividade feminina, o que costuma ser uma das causas dos problemas de autoaceitação e autoestima.

Pensando nisso, destacamos abaixo alguns dados sobre a beleza feminina é percebida no Brasil, no mundo e sob o próprio olhar das mulheres. Confira!

Qual o padrão de beleza preferido entre os brasileiros?

Alguns anos atrás, em 2006, o SENAI desenvolveu um projeto cujo objetivo era determinar quais as médias das medidas das mulheres brasileiras, a fim de tentar identificar qual o padrão de beleza.

Utilizando de equipamentos de medição em 3D e percorrendo os cinco cantos do país, coletando dados de mais de 15 mil mulheres, o resultado obtido foi de que as brasileiras têm cerca de 97 cm de busto, 85 cm de cintura e 102 cm de quadril.

Apesar desse resultado, o que se percebe na prática como o ideal de beleza é bem diferente. A mídia, provavelmente a principal fonte de representação da imagem feminina, vincula uma realidade bem diferente.

Ainda que nos dias atuais a situação tenha melhorado, é comum que sejam retratadas em propagandas e novelas mulheres altas, magras, com longos cabelos lisos e pele clara.

Curiosamente, em uma pesquisa feita pelo programa da Rede Globo, o Fantástico, no ano de 2013, descobriu-se que a preferência de aparência feminina entre os brasileiros é bem diferente do que é visto na mídia.

Foram levadas as ruas silhuetas de três mulheres brasileiras com corpos bem diferentes. Uma delas era uma miss, a segunda uma modelo de passarelas e a terceira, uma cantora de funk, com grandes curvas.

Sem saber quem era cada uma delas, tanto homens quanto mulheres votaram e, bem diferente da imagem retratada na televisão, o tipo preferido foi o terceiro, considerado como “mulherão”, ostentando belas curvas.

Essa segunda pesquisa só mostra que a preferência é bem parecida com aquela primeira pesquisa, que apontou as médias das medidas das brasileiras.

Como a mulher brasileira é vista no exterior?

Um estudo conduzido por acadêmicos sobre os intercambistas da Universidade Federal Fluminense, publicado em 2019, buscou identificar quais são os padrões de identificação da mulher brasileira no exterior.

Utilizando alguns idiomas como o inglês, o espanhol, o francês e o italiano, foram feitas pesquisas no site de buscas google, com os seguintes termos “mulher brasileira”. O resultado das imagens obtidas em todas as línguas foi bem similar.

A maioria retrata mulheres com a pele e os cabelos mais escuros e com muitas curvas sinuosas, bem diferentemente das mulheres que geralmente vemos na TV.

Como está a autoestima das brasileiras?

Primeiramente, é importante dizer que, por autoestima, entende-se como a percepção e o valor que damos a nós, ou seja, como nos sentimos com relação à nossa própria aparência, habilidades, condutas, entre outros aspectos.

A autoestima das mulheres há muito tempo é mais baixa do que a dos homens. Segundo estudos, 13% das mulheres têm baixa autoestima, enquanto que entre o público masculino, esse percentual é somente de 9%.

Felizmente, graças ao papel que a mulher conquistou na sociedade nos últimos tempos, a percepção de si também melhorou.

Na América Latina, o percentual é de que somente 38% das mulheres tem autoestima acima da média.

No ano de 2021, houve um registro na queda da autoestima entre as mulheres brasileiras. Entre todas as faixas etárias, o percentual passou a ser de 21%, sendo que no ano de 2019 era de 28%.

Essas pesquisas incluíram cinco dimensões de impacto na autoestima, sendo elas: a autonomia sexual e corporal, a liberdade de pensamento e expressão, a autonomia financeira, as conexões sociais e a representatividade e visibilidade.

Para a Kantar, multinacional líder no mercado de dados, as principais responsáveis pela construção da autoestima são as marcas. A conclusão lógica é que poucas delas impulsionam a igualdade entre as mulheres.

A importância da aceitação

Levando em conta as pesquisas aqui apontadas, podemos perceber que, infelizmente, a maioria das mulheres não se sente bem com a sua própria imagem, ainda que os diferentes tipos de corpo sejam bem-vistos.

Considerando, então, a miscigenação brasileira e os diversos tipos de silhuetas, é completamente natural que todas as mulheres não se encaixem no ideal de beleza vislumbrado na televisão e nas grandes marcas.

Praticar diariamente o autoconhecimento e, consequentemente, a autoaceitação, permite com que as mulheres se desvinculem de amarras emocionais e sociais e alcancem, verdadeiramente, o amor-próprio.

Através dele, além das próprias escolhas serem mais certeiras e a confiança aumentar consideravelmente, as relações interpessoais, sejam elas sociais, românticas ou de trabalho, melhoram significativamente.

É claro que nem sempre é possível conquistar a autoestima dos sonhos somente com o autoconhecimento. Nesses casos, a medicina e a estética estão cada vez mais atuando em favor das mulheres, permitindo mudanças que as valorizem mais.

É óbvio que o objetivo nunca será ter a aparência de outra pessoa, mas sim corrigir aqueles pontos que causam desconforto, como é o exemplo da abdominoplastia, que corrige a flacidez e a rinoplastia, que altera o formato e o tamanho do nariz

Valorize-se e diariamente reconheça um pouco mais do seu valor e da sua beleza!

 

Danillo Cássio

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