Maior tempestade geomagnética do atual ciclo solar é registrada do Brasil
19 de abril de 2024

Equipe do Observatório Nacional instalou 19 aparelhos magnetotelúricos nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e obteve dados de uma forte perturbação

A maior tempestade geomagnética do atual ciclo solar foi registrada por pesquisadores do Observatório Nacional (ON), segundo o instituto de pesquisa divulgou nesta quinta-feira (18). Esta grande perturbação da magnetosfera da Terra ocorre quando há uma troca muito eficiente de energia do vento solar para o ambiente espacial que circunda o nosso planeta.

O vento solar consiste principalmente de partículas chamadas prótons e elétrons em um estado conhecido como plasma, segundo explica a Administração Nacional Oceânica e Atmosféria dos Estados Unidos (NOAA).

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Conforme o pesquisador de pós-doutorado do ON Artur Benevides e o doutorando Adevilson Alves, as tempestades geomagnéticas são causadas pela interação de grandes quantidades de partículas solares (as chamadas ejeções de massa coronal) com o campo magnético da Terra.

A tempestade mais grandiosa deste atual ciclo do Sol foi registrada em 24 e 25 de março, durante um trabalho de campo para aquisição de dados geofísicos realizado nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. O trabalho foi conduzido por equipes da Coordenação de Geofísica do ON (COGEO/ON).

Tempestade magnética observada entre 24 e 25 de março — Foto: Produção Geol. José Antônio Pereira
Tempestade magnética observada entre 24 e 25 de março — Foto: Produção Geol. José Antônio Pereira
“Os efeitos da tempestade solar podem ser observados em várias partes do mundo como, por exemplo, as auroras, que são geralmente visíveis em regiões polares”, contam os geofísicos, em comunicado. “Além disso, as tempestades podem interferir em sistemas de comunicações e rotas de satélites, além de disparos falsos em dispositivos de proteção.”

Para identificar a tempestade geomagnética, os pesquisadores instalaram um conjunto de 19 aparelhos geofísicos magnetotelúricos (MT) em campo entre 4 de março e 3 de abril. Esses equipamentos fornecem informações sobre a distribuição da resistividade das rochas embaixo da superfície, utilizando a variação temporal do campo magnético da Terra como fonte.

As estações magnetotelúricas foram espalhadas pelo norte do estado carioca e Sul do Espírito Santo. Os dados registrados pelos aparelhos mostraram distúrbios no campo magnético de cerca de -200 nT, classificando a tempestade como intensa/forte.

Localização das estações magnetotelúricas (MT) espalhadas pelo norte do Rio de Janeiro e Sul do Espírito Santo — Foto: Produção Geol. José Antônio Pereira

Localização das estações magnetotelúricas (MT) espalhadas pelo norte do Rio de Janeiro e Sul do Espírito Santo — Foto: Produção Geol. José Antônio Pereira

A NOAA confirmou as medições, classificando a tempestade como de nível G3 (forte) em sua fase mais intensa. O resultado utiliza o índice Kp, que avalia a intensidade se baseando em medições de 3 horas de magnetômetros terrestres em todo o mundo.

Séries temporais a partir de 15 estações MT que registraram a tempestade magnética — Foto: COGEO/ON
Séries temporais a partir de 15 estações MT que registraram a tempestade magnética — Foto: COGEO/ON

O registro da tempestade nas estações brasileiras faz parte do projeto PETRONAS Multifísica, que utiliza diversos dados geofísicos da região sudeste do Brasil, tanto em terra como no mar, na região que inclui a Bacia de Campos, integrando dados já existentes.

Fonte: Revista Galileu

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